quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Los Tigres Del Norte - La Reina Del Sur


2013 "O Brasil descobre as narcotelenovelas: “La reina del sur”… traficante muy famosa"

O Brasil descobre as narcotelenovelas: “La reina del sur”… traficante muy famosa







14 de março de 2013
Narcotelenovelas? Já ouviu falar disso? Diante do sucesso na América Latina de “La Reina del Sur”, nosso colunista Reinaldo Maximiano assistiu a novela e agora escreve sobre um gênero pouco explorado no Brasil, mas que tem muito êxito nos países hispânicos: as novelas que tratam do mundo do narcotráfico.
Culiacán – México. Em primeiro plano, as mãos de uma mulher depositam sobre a bancada da banheira uma garrafa de tequila, adornada pelo desenho da folha de maconha, e um copo; à direita, um pequeno abajur cuja base é um cupido com a flecha arqueada. Em plano-seqüência, a mulher liga o aparelho de som e o espaço é tomado pela música Mariachi: “Podemos ser felices…”. Ela caminha e coloca um baseado sobre o cinzeiro verde esmeralda, perto dele dois leões brancos de cerâmica asiática. A mulher se inclina para abrir a torneira, a água jorra e com o pé direito ela testa a temperatura do banho e nele mergulha. A câmera abre e vemos Teresa Mendoza desfrutando do relaxamento de um banho de sais e se servindo de uma dose de tequila. No momento em que ela vai acender o baseado, o celular toca.
No quarto, ela se conscientiza que o celular que toca não é o seu aparelho pessoal, mas um aparelho secreto guardado em uma gaveta da penteadeira. Sobre o móvel, o porta-retrato ostenta um momento de felicidade do casal Teresa e Güero, neste instante o flashback e a voz de Güero ecoa: “Se um dia esse celular tocar é porque estou morto. Então, corra, minha moreninha, não vou estar aqui para ajudá-la”. Ela atende o celular e, do outro lado da linha, um homem, numa mata onde caiu um avião monomotor: “Mataram Güero, Teresa”! “Mataram seu marido. Corra o mais que puder, porque vão atrás de você. Corra, Teresa, corra e não pare de correr!”. E, assim, ela o faz. E, assim, será durante 13 anos.
Esta é a descrição da sequência que abre a novela “La reina del sur”, uma co-produção Estados Unidos (NBC Telemundo Network), Espanha (Antena 3) e Colômbia (Producciones RTI), livremente inspirada no romance “A rainha do sul”, do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte. Publicado em 2002, o livro vendeu mais de um milhão de exemplares no México e na Espanha. No Brasil, o livro foi lançado em 2004 pela editora Companhia das Letras. A história: Teresa Mendoza (Kate del Castillo), uma jovem do estado de Sinaloa (México), uma região eminentemente, agrária, sobrevive a um atentado que vitima o marido “El Güero” (Rafael Amaya), a irmã e o cunhado. Ela foge para o sul da Espanha com a ajuda de Epifanio Vargas (Humberto Zurita), o líder do cartel mexicano. Teresa desconhece o fato de que Vargas mandou matar Güero, e a jovem acaba por negociar com ele o valioso livro de negócios do marido morto, para pode fugir do país. Em Melilla, cidade espanhola na costa norte africana, ela se torna, ao longo de 13 anos, a mais poderosa traficante de drogas do Estreito de Gibraltar (fronteira entre o Atlântico e o Mediterrâneo).
comprando y vendiendo droga… para los dos continentes
O orçamento da produção foi de dez milhões de dólares, o que faz de “La Reina del Sur”, a novela mais cara já produzida pela Telemundo. Desde a estreia em fevereiro de 2011, foi o programa de maior audiência do canal, até o seu último capítulo (o de número 63) a marca era de 4,2 milhões de espectadores, segundo a Telemundo, algo sem precedentes. O sucesso foi tanto que a Fox TV Studios, hoje, tem planos de produzir uma versão em língua inglesa, “mais sombria e violenta”, conforme declarou o presidente da rede, David Madden. O plano é de exibir a série em um desses três canais: Showtime, Fox ou ABC. Nos Estados Unidos, a novela dominou o horário enfrentando a concorrência das redes de TV cuja grade de programação está em língua inglesa. “La Reina del Sur” foi exibida na Sérvia, na Romênia, na Colômbia, no Chile, na Nicarágua, na Costa Rica e no México.
No Brasil, a novela está disponível para ser vista on line pelo Netflix e tem conquistado fãs nas redes sociais, embora o público brasileiro ainda desconheça e esteja pouco empolgado com esse serviço de vídeos sob demanda para o PC, smartphone, tablet, videogame e outros dispositivos. Em entrevista para o portal G1, em agosto de 2012, o presidente da Netflix, Reed Hastings, afirmou: “Os brasileiros ainda não entenderam como o serviço de vídeos funciona. Para a maioria das pessoas no mundo, a TV pela internet é uma coisa estranha. É uma ideia nova. Mas, por ser algo novo, as pessoas estão testando o Netflix e fazendo um ‘boca-a-boca’, o que tem sido muito bom para nós”.
É, justamente, esse ‘boca-a-boca’ que tem feito circular a fama da novela pela internet aqui no Brasil, desde o ano passado. No Facebook, há um grupo apenas para discutir a novela, compartilhar notícias, músicas executadas na trama e imagens da atriz mexicana Kate del Castillo.  Eu conheci a novela por intermédio de um grupo de amigos, uma, em especial, é documentarista e registrou no México alguns costumes que ela reconhecia na novela, como o culto à Santa Morte, a mistura de referências de diversas culturas e a presença indígena. Outro elemento forte que observei foi o culto e as reverências feitas aos santos do narcotráfico, os “Tíos”, como Jesús Malverde, o “bandido bom”, por exemplo, santo de devoção de Teresa Mendoza.
“es una tia muy pesada”
Eu devorei os 63 capítulos da novela em três semanas, entre novembro e dezembro de 2012, e afirmo sem medo de exagerar: essa novela é a produção mais radical em termos de folhetim televisivo, nos últimos 20 anos. “La reina del sur”, mesmo partindo de um modelo clássico de telenovela, que posiciona de forma bem demarcada bandidos e mocinhos, ainda executado no México e no Brasil, tensiona esse modelo conservador e transgride o padrão de representação da mulher e dos códigos sociais e morais nas telenovelas. A sensação é a de que tudo perde ou se rende frente à estrutura de ação e melodrama da novela, inclusive“Avenida Brasil” (João Emanuel Carneiro, 2012) que vem a ser o produto nacional que mais se aproxima da produção da Telemundo.
No período em que assisti a “La reina del sur”, aqui no Brasil testemunhávamos o período de maior crise da audiência da novela “Salve Jorge”, de Glória Perez. Na verdade, creio, uma crise do modelo de construção da novela. Eu tive, então, a oportunidade de comparar as duas tramas e apesar do aparato tecnológico da representante brasileira ser superior, “Salve Jorge” perde em termos de concepção e desenvolvimento da trama porque o percurso da personagem Morena (Nanda Costa) é desenhado na vitimização, ou seja, a personagem não é senhora do seu destino, como ocorre com Teresa. A impressão é de que a história da Rapunzel à espera do príncipe salvador, não cola, porque a mulher contemporânea é outra e bem diferente de três décadas atrás.
Teresa Mendoza foge de um inimigo incerto, ela só tem duas certezas: de que precisa correr para viver e a de que carrega uma maldição, todas as pessoas que ela ama morrem (E morrem mesmo! Daí o cupido da cena inicial, ela busca o amor, mas não pode render-se a ele!). Mas ela não se martiriza, engole isso com tequila e segue seu caminho rumo à sobrevivência. Se depara com o tráfico internacional de mulheres, se prostitui para se livrar da cadeia, em Melilla, e se vale dos mesmos códigos morais dos artífices do narcotráfico e os usa contra os detratores que ela vai colecionando em sua jornada como heroína: mente, engana, rouba e mata. Faz amigos no mundo do tráfico e tem pelos russos um enorme respeito: “Os russos honram a palavra, são muito corretos nos negócios”.
Já Morena tentou a sorte na Turquia, foi enganada e aliciada por uma quadrilha de tráfico de mulheres e tenta, por diversas vezes fugir, mas diferente de Teresa, ela não se vale dos mesmos códigos morais dos bandidos, o “em Roma, faça como os romanos”. Uma postura que no folhetim se revela conservadora e moralista, pois tenta sempre afirmar que Morena é honesta e, mesmo que ela se prostitua, ela não vai se render ao crime. Quem faz o jogo dos bandidos é Rosângela (Paloma Bernardi), mas como reflexo de um caráter duvidoso e inveja com relação à Morena, um instinto de sobrevivência. Rosângela merecia ser a protagonista.
“ nacida alla en sinaloa…”
As semelhanças e diferenças não param por aí. Ambas as novelas apostam em cenas de ação, melhor construídas na produção da Telemundo. Em “La reina del sur” há uma imersão na contravenção, o que não ocorre em “Salve Jorge”.  As novelas retratam os modos de vida de Culiacán (La reina) e Morro do Alemão (Salve), mas falta à segunda uma filiação realista que incorpore no texto e na composição do DNA das personagens, não apenas as gírias e os maneirismos das populações locais, mas toda essa aura popular: a relação das pessoas com a legalidade e a ilegalidade; a fé que sincretiza referências de diferentes matrizes religiosas; a polícia enquanto instituição em que estão reunidos corruptos e honestos; os bandidos que instauram seus próprios códigos de conduta e de honra. Não vemos isso em “Salve Jorge”. Aquela peculiaridade da fé do brasileiro que o documentário “Santo Forte”, de Eduardo Coutinho, revela tão bem, esse o trânsito que o brasileiro morador das favelas (não só delas) empreende entre o catolicismo, o protestantismo, a umbanda e o candomblé, não aparece na atual novela global das nove. Nem mesmo essa associação com o orixá Ogum é mencionada. Há uma pasteurização da abordagem da fé inclusive nos adornos de cena, são todos provenientes de uma imagem católica do santo. A matriz africana passou ao largo.
Em “La reina del sur” vemos de forma bem incorporada a devoção da protagonista em Jesús Malverde, um “mártir” do narcotráfico (estaria associado no sincretismo brasileiro ao Malandro), o “anjo dos pobres” que protege aqueles que são oprimidos e aqueles que estão com problemas com a polícia. Há uma dimensão política e social na santeria mexicana e isso está claro no texto da novela. A origem da lenda de Jesús Malverde é incerta e nunca foi comprovada. Atribui-se, em registro de história oral, de que se trata de assaltante, bem ao estilo do Robin Hood, ou seja, ele roubava dos ricos para dar aos pobres, no final do século 19, em Culiacán (Sinaloa). Ainda segundo a lenda, guardas rurais teriam prendido Malverde e o enforcado em 3 de maio de 1909.
Hoje ele é conhecido como “El rey de Sinaloa” e tem por nome “Jesus”, que pela tradição cristiana, também, andou por entre os mais pobres e, de certa feita, e não teve respaldo entre os mais abastados da sociedade da época. Fato é que o Tío Malverde é um representante da ilegalidade e, obviamente, não goza de respaldo na liturgia dos santos oficiais do cristianismo. Oficialmente, há três capelas dedicadas ao Santo Jesús Malverde, a principal fica em Culiacán (Sinaloa – México); uma em Cali (Colômbia); e outra em Los Angeles (EUA). Todas essas cidades estão na rota do narcotráfico internacional.
Em outros termos, há uma sofisticação em “La reina del sur”no que concerne à criação da ambiência da narrativa, cujas personagens giram em torno do narcotráfico. Não observo isso em “Salve Jorge”, pois a trama se desenvolve, em parte, num Morro do Alemão pacificado em que os elementos de ambiência são: o funk, a laje e as ditas “periguetes”. Será que o morro é tão pacificado assim? Não há crises dentro das favelas pacificadas do Rio de Janeiro? A favela que aparece na novela tem a aparência de uma favela, mas nem precisaria ser uma, poderia ser qualquer lugar e ter qualquer outro nome, pois não se difere, em termos de estereótipos, de outros núcleos pobres das novelas da TV Globo e das demais emissoras, exceção justa para “Vidas Opostas” (Marcílio Moraes, TV Record, 2006).
A perspectiva do politicamente correto, creio, instaura um modelo de representação de um espaço social sem crises internas, pacificado. Um espaço onde a paz só é ameaçada quando as vizinhas resolvem brigar e falar desaforos em voz alta em cenas de pretensa comicidade. E mais, é um espaço social pacificado por soldados brancos do Exército Brasileiro. Reparem que as personagens no núcleo da favela são negras e mestiças, em maior número, já o núcleo das Forças Armadas é composto por personagens brancas. Não é uma questão ou um problema da autora Glória Perez, é maior que isso, envolve a forma como se faz folhetim televisivo no Brasil que, creio, esgarçou. Prova disso é a audiência das últimas novelas das 21h da TV Globo que oscilam na casa dos 30 pontos. Ainda é o programa líder de audiência, mas está estacionado nessa margem, desconfio, porque a estrutura das telenovelas brasileiras não é estimulante. Para muitos, já não era desde a década de 1970.
“teresa la mexicana”
É bom olhar para um produto televisivo que se assenta no contemporâneo sem pejo, como é o caso de “La reina del sur”, pois desperta um certo olhar para a teledramaturgia nacional, para o quanto esse formato precisa ser repensado, para o quanto é necessário experimentar outras formas de fazer. A questão com a telenovela, creio, em hipótese, não é apenas “o que é fazer telenovela brasileira?”, mas antes, “como fazer telenovela brasileira, hoje?”. Num certo sentido, o modelo de telenovela e suas respectivas representações não dialogam com o mundo contemporâneo, dialogam, sim, tecnologicamente, mas apenas isso não sustenta uma ideia, um enredo, uma ficção. Creio que o novelista mais inquieto no sentido do “como fazer” seja João Emanuel Carneiro com suas duas tramas das 21h, “A favorita” (2008) e “Avenida Brasil” (2012). E, certamente, se ele assistir “La reina del sur”, vai ficar mais inquieto ainda.
Creio que o fato de “La reina del sur” ser uma adaptação de um narco-romance (variante do gênero policial literário), ajuda na construção bem sucedida da novela, pois o livro, regular em sua redação, é todo composto por partes que se desenvolvem em espaços diferentes ao longo de 13 anos, isto é, Teresa, na corrida pela sobrevivência, mora em diferentes lugares e conhece diferentes pessoas e quando ela é forçada a se retirar de um lugar, aquele grupo de pessoas permanece ali, e volta à cena caso ela retorne. Por exemplo: 1) em Culiacán estão as personagens que giram em torno do maior inimigo de Teresa, Epifanio Vargas, é o núcleo que permanece na trama, ao longo de 13 anos; 2) em Melilla, está o núcleo da boate de mulheres traficadas, El Yamilla, que reúne personagens que convivem com Teresa quando esta se envolve amorosamente com Santiago Fisterra (Iván Sánchez), El Galego, que faz contrabando no Estreito de Gibraltar e é morto durante uma travessia por lancha na presença de Teresa que vai presa; 3) o núcleo do presídio, onde Teresa conhece a se envolve amorosamente com Patricia O’Farrell (Cristina Urgel), uma espécie de Paris Hilton que foi presa por tráfico e que revela a Teresa a existência de meia tonelada de cocaína roubada da máfia russa, é com essa droga, que as duas planejam vender de volta para a máfia russa, que começa a ascensão da Rainha do Sul. Somam-se a essas personagens, outras que vem  a ser representantes das máfias espanhola (que rivaliza com Teresa pela competição pelo Estreito de Gibraltar), grega, turca e russa.
“La reina del sur” não é a primeira narcotelenovela latina produzida, gênero desconhecido no Brasil onde as novelas raramente abordam o narcotráfico, retratam, vez por outra, o consumo de drogas. Ou seja, tem-se a impressão no Brasil que o problema é mais o consumo e não o tráfico. Mas é preciso considerar que o país sofreu até recentemente com uma censura violenta e parece que vestígios desse moralismo perduram na ficção televisiva que é feita aqui. No Brasil, a novela “O salvador da pátria” (Lauro César Muniz, 1989), por exemplo, se passava no interior de São Paulo, a fictícia Tangará que estava na rota do tráfico no cone sul, e uma série de personagens estavam envolvidos com essa atividade ilícita, dentre elas o aviador João Matos (José Wilker) que é forçado a transportar drogas.
Na Colômbia, o universo das narcotelenovelas é profícuo e anterior à “La reina del sur”, com representantes como: “El cartel” (2008 – Colômbia – Caracol TV); “El capo” (2009/2010 – Fox Telecolombia RCN Television) que já ganhou uma continuação; “Las muñecas de la mafia” (2009 – Colômbia – Caracol TV.) e “Sin tetas no hay paraíso” (2009 –  Colômbia – Telemundo Studios e RTI Colombia). Em 2010, estreou, no canal RCN, “Rosario Tijeras, amar es más difícil que matar” , outro sucesso de público que também está disponível no Netflix, mas que fica muito atrás de “La reina del sur” em termos de ação e melodrama.
Essas novelas investem num formato reduzido, elas têm entre 50 e 100 capítulos, um ritmo de narrativa inspirada nas séries policiais estadunidenses e são, em boa parte, provenientes de adaptações de narco-romances. No Brasil, apenas as novelas da TV Manchete investiam em temas como contravenção, violência e sexo de forma a compor um estilo, um modo de fazer, como é o caso de “Corpo santo”, (José Louzeiro e Cláudio MacDowell, 1987). Todas as narcotelenovelas tem forte apelo erótico e reúnem personagens que, à margem das decisões, se organizam de forma paralela ao poder oficial, no caso, se organizam no narcotráfico. E diferente do que se possa imaginar não há, em “La reina del sur” ou em “Rosario Tijeras” um glamour do submundo do crime. Pelo contrário, há sempre uma derrocada (falência ou morte), afinal, como se diz, popularmente, o crime não compensa e a carreira no crime é curta. Nas novelas, todas as personagens têm consciência disso, incluindo a própria Teresa Mendoza. Eis a voz moralizante das narcotelenovelas.
 Reynaldo Maximiano


Divulgação Telemundo / Reprodução de tela do Netflix / Imagens Jesús Malverde: capillamalverde.blogspot.com.br/ Divulgação Salve Jorge – TV Globo

2011 ( HOUVE UM TRAÍDOR QUE COLABOROU NA ELIMINAÇÃO DE INTEGRANTES DA OPERAÇÃO JERÔNIMO?? )

Terror e insurgência. Talebans comemoram eliminação de 22 militares do Team Six dos Navy Seals. Da unidade foram selecionados os que eliminarm Bin Laden
Por Wálter Fanganiello Maierovitch- Terra Magazine.
IBGF, 08 de agosto de 2011.



Depois das manchetes dos jornais informarem mundo afora sobre a derrubada, no sábado 6, do helicóptero de transporte de tropas CH-47Chinook na cidade afegã de Sayyedabad - província de Wardak -, com 38 militares carbonizados (31 norte-americanos e 7 afegãos), começaram a vazar informações até então secretas.

  Esse tipo de vazamento decorreu do inconformismo com o falimento de uma “missão militar” de alto risco e que deveria contar com o denominado “elemento supresa”.


 Os norte-americanos envolvidos no Afeganistão desde outubro de 2001 falam em “traição” de informantes ou de oficiais militares das novas forças militares afegãs, formadas pela Nato-Otan.

 O contingente de talebans que estavam em Sayyedabad teria recebido a informação sobre a operação norte-americana e aguardava o ataque. O helicóptero restou atingido por um velho lançador de granadas tipo Rpg: o armamento é empregado contra tanques e, na falta, acabou utilizado para abater o helicóptero Chinook.

 Os talebans, e o mula Omar (Bin Laden foi casado com uma das suas filhas), estão a vibrar com o feito. A operação em Sayyedabad contou com militares da Navy Seal. E 22 das vítimas fatais (fala-se também em 18) pertenciam à unidade denominada “Team 6”, da força especial dos Navy Seals.

 Dessa unidade, “Team 6” foram escolhidos os integrantes da Operação Jerônimo, que esteve sob o comando do vice-almirante William McRaven. Em 2 de maio passado, os militares tirados da unidade “Team 6” para fazer parte da Operação Jerônimo localizaram e eliminaram Osama bin Laden, líder alqaedista.

 A falida operação em Sayyedabad fora classificada como de grande importância em face do início, em duas semanas, da retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, com conclusão estabelecida para 2014.

 Com datas fixadas e inúmeras falas do presidente Barack Obama a garantir a retirada das tropas que invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, os talebans prepararam ações pontuais voltadas a desacreditar promessas de Karzay, difundir o medo na população e eliminar os oficiais das novas forças armadas do Afeganistão, que assumiriam, com a retirada das tropas da coalizão, postos controlados pela Nato-Otan. O governo do presidente Karzai se empenha, com apoio das forças coordenadas pela Nato-Otan, a criar um sistema de segurança apto a garantir o poder e suportar as ofensivas dos talebans.

 Vários oficiais e políticos comprometidos, pós-saída norte-americana, com um sistema confiável de segurança acabaram eliminados. Os talebans, nessas supracitadas ações pontuais, assassinaram o prefeito de Kandahas e o governador da província de Uruzgan. Até o irmão adotivo do presidente Karzai restou assassinado. Cerca de 15 novos oficiais foram mortos.

 Segundo relatório da Organização das Nações Unidas, nos primeiros seis meses de 2011 foram mortos 1.462 civis, sendo 80% deles em decorrência de ataques promovidos pelos talebans. Ainda consoante relatório da ONU, o número de mortos neste semestre é 15% superior ao de 2010, no mesmo semestre.

 Após a conclusão de que os talebans estavam empenhados em desmoralizar o novo sistema de segurança e os que tinham a ele aderido, é que se preparou a operação na cidade de Sayyedabad. Tudo distante apenas duas semanas do início da retirada das tropas norte-americanas. Uma operação especial com a convocação dos militares da Navy Seals (tropa da marinha), conforme já destacado.

 Para os 007 da CIA, alguém deu com a língua nos dentes, como já aconteceu, por exemplo, na operação Khost. E o difícil é identificar o “traidor” (na visão norte-americana) ou o “ infiltrado” (no conceito europeu).

 Sobre a presença de contingente de talebans em Sayyedabad alguém informou os norte-americanos. Pelo que corre teriam sido líderes de grupos tribais de etnia pastum. Como bem sabe o general Petraeus, hoje no comando da CIA, os informantes locais são pouco confiáveis, ou melhor, podem apunhalar pelas costas, apesar da “grana” recebida ou do poder de influência prometido.

Wálter Fanganiello Maierovitch

http://www.ibgf.org.br/index.php?data[id_secao]=2&data[id_materia]=2581

Narcos mexicanos mas buscados para 2013


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

As prisões e os microtraficantes



As prisões e os microtraficantes
Por Wálter Fanganiello Maierovitch/CARTA CAPITAL

IBGF, 10 de fevereiro de 2014. 


A Constituição proíbe as penas de morte e prisão perpétua. Portanto e entre nós, a pena tem a finalidade ética de emenda, ressocialização, e reinserção social, além da sua natureza retributiva e aflitiva. Nessa lógica constitucional, o tempo de cumprimento da pena não pode ser superior a 30 anos e nasce daí a necessidade da implantação de programas voltados a preparar o retorno do sentenciado ao convívio social e evitar a reincidência. 


Mais ainda, o sentenciado tem o direito de abater um dia da pena por três trabalhados: onde não há trabalho e a intenção do preso resta frustrada, o resgate é automático. Tal quadro mostra o acerto do doutrinado pelo saudoso professor Aníbal Bruno: “a punição do homem é a destruição simbólica do crime”. 


Nossa lei de execução penal, obra cunhada pelo então ministro Ibrahim Abi-Ackel e em vigor desde 1984, acompanhou, com relação aos presos comuns, a tendência internacional de humanização das penas e de regramento dos sistemas penais. O carro-chefe para balizamento foram as Regras Mínimas das Nações Unidas para o trato penitenciário. 


Para se ter idéia do avanço, a referida lei de execução, no artigo 87 ainda em vigor, determina, com pleno acerto, a colocação do sentenciado em cela individual, com área mínima de seis metros quadrados, com dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Como requisitos básicos, a lei determina a salubridade do ambiente “pela concorrência de fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana”. A título de punição e no caso descumprimento da lei de execução penal, os estados-federados podem ter suspensa a ajuda financeira da União, aliás, algo jamais acontecido. 


Com políticas penintenciárias não implementadas e o complexo maranhense de Pedrinhas a servir de prova-provado do descaso e da desumanidade, soa ironia do destino o fato de o então presidente do Senado, José Sarney, haver nomeado uma comissão de juristas de peso, presidida pelo competente e experiente ministro Sidnei Agostinho Beneti do Superior Tribunal de Justiça, para elaborar uma proposta de reforma da lei de execução penal. Essa proposta acaba de ser entregue ao atual presidente do senado, Renan Calheiros, e do qual espera-se, para melhorar a legislação, a força de Sansão. 






Assim, e no que se refere a oferta de drogas proibidas, os micro-ofertantes é que ficam expostos. E a prisão de um deles não afeta a rede tecida pela organização e a sua substituição é realizada em pouca temo. Um exemplo ajuda a entender as redes criminais. Na Cracolândia, a preocupação do governo Alckmin, na repressão, é com a prisão do microfornecedor da pedra do crack. Nenhuma preocupação existe com referência à rede de distribuição, administrada fora da denominada Cracolândia. Os operadores dessas redes continuam poupados pelos agentes da autoridade do governador Geraldo Alckmin e as movimentações financeiras não são afetadas com eficácia. 


Num resumo, as polícias brasileiras continuam a prender os chamados peixes pequenos, àqueles que lotam os presídios. No campo policial da prevenção à oferta de drogas proibidas, não há preocupação com a identificação das redes de distribuição e com as conexões com as associações criminais transnacionais. Pior, o patrimônio das organizações criminosas não é desfalcado: no final do último janeiro, em Roma, foram fechadas 126 pizzarias, todas ligadas à Camorra napolitana e que ajudavam na lavagem de dinheiro e na reciclagem do capital do tráfico de drogas em atividades formalmente lícitas. 

http://www.ibgf.org.br/index.php?data[id_secao]=2&data[id_materia]=2915

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Raciocínio


RACIOCÍNIO RÁPIDO ( TOP )


KGB

Como fazer lavagem cerebral em uma nação-KGB


Dentro do DEA - (Drug Enforcement Administration, EUA)


Colombiano Narcóticos Kingpin se declara culpado de acusações de décadas tráfico de drogas

24 de janeiro ( MIAMI ) - Mark R. Trouville, agente especial encarregado , Drug Enforcement Administration ( DEA) , Miami Campo Divisão , Wifredo A. Ferrer, advogado de Estados Unidos para o Distrito Sul da Flórida, e Michael B. Steinbach, Agente Especial em Charge, Federal Bureau of Investigation (FBI) , Miami Field Office , anunciar a confissão de culpa de Diego Perez Henao , a / k / a " Diego Rastrojo ", 42. Perez Henao , de nacionalidade colombiana e um Departamento de Gabinete do Tesouro de Controle de Ativos Estrangeiros ( OFAC ) EUA - designada Especialmente Designados narcotraficante ( SDNT ) , se declarou culpado hoje a acusação de uma contagem de acusá-lo de participar de uma conspiração de décadas para fabricar e distribuir cinco ou mais quilos de cocaína , sabendo que a cocaína seria importado ilegalmente para os Estados Unidos . Perez Henao foi extraditado da Colômbia em agosto de 2013 e está sob custódia desde que foi capturado na Venezuela no dia 3 de junho de 2012.
Na audiência realizada apelo antes de Juiz Distrital dos EUA Patricia A. Seitz , Perez Henao reconheceu que de 1994 até a morte de seu patrono principal janeiro de 2008, chefe North Valley Cartel Wilber Varela , Perez Henao participou da produção e / ou envio de pelo menos 81,100 kg de cocaína e, em seguida continuou a remessa de milhares adicionais de quilos de cocaína após a morte de Varela . Ele também reconheceu que seus co-conspiradores usaram uma variedade de modos de transporte , incluindo aviões , caminhões e semi-submersíveis , para transportar a cocaína para os cartéis mexicanos , que em última análise, importados da cocaína para os Estados Unidos . Perez Henao também concordou que ele havia controlado dezenas de trabalhadores fortemente armados em sua organização e supervisionou a fabricação e distribuição de cocaína em grande escala. Perez Henao , que enfrenta uma sentença mínima obrigatória de 10 anos e uma pena máxima de qualquer termo do ano , está programado para ser sentenciado em 05 de junho de 2014 .
" Diego Perez- Henao , a / k / a Diego Rastrojo , foi um dos maiores Kingpins ser extraditado da Colômbia ", disse DEA agente especial encarregado Mark R. Trouville . " Ele era tão conhecido na Colômbia , que os grupos de Bandas Criminales emergentes adotou o nome " Rastrojos " para se identificar as quadrilhas de tráfico de drogas como significativas em diferentes regiões dentro da Colômbia . Com a ajuda dos nossos parceiros colombianos , a DEA vai continuar a procurar , prender e extraditar os líderes das organizações Rastrojo restantes para enfrentar a justiça " .
EUA Procuradoria Wifredo A. Ferrer afirmou, " Diego Perez Henao foi o chefão de um cartel de drogas prolífico responsável pela produção e envio de mais de 80.000 quilos de cocaína para os Estados Unidos . A convicção de Perez Henao conclui um dos capítulos mais significativos em a história do tráfico de drogas da Colômbia. com a colaboração e ajuda de nossos parceiros policiais continuaram , aqui e no exterior , vamos continuar nossos esforços para trazer os mais poderosos e prolíficos traficantes à justiça " .
" O FBI continua a trabalhar com os nossos parceiros de execução da lei para trazer à justiça internacional narcotraficantes que se infiltram nossas fronteiras e envenenar nossa sociedade com drogas perigosas ", disse Michael B. Steinbach, agente especial encarregado , FBI Miami.
A acusação de Perez Henao é o resultado de uma Força Tarefa em curso Organized Crime Drug Enforcement ( OCDETF ), liderado por DEA e FBI . A principal missão do programa OCDETF é identificar, interromper e desmantelar o tráfico mais grave de drogas, tráfico de armas e de organizações de lavagem de dinheiro , e os principais responsáveis ​​pelo fornecimento ilegal de drogas do país .
Esta investigação foi realizada pela DEA , FBI e os nossos parceiros colombianos aplicação da lei. O caso estava sendo processado pelo escritório do procurador dos EUA para o Distrito Sul da Flórida.

http://www.justice.gov/dea/divisions/mia/2014/mia012414b.shtml -TRADUÇÃO GOOGLE

Colombian Narcotics Kingpin Pleads Guilty to Decades-Long Drug Trafficking Charges


January 24, 2014
Contact: Public Information Officer
Number: 954-660-4602

Colombian Narcotics Kingpin Pleads Guilty to Decades-Long Drug Trafficking Charges
JAN 24 (MIAMI) – Mark R. Trouville, Special Agent in Charge, Drug Enforcement Administration (DEA), Miami Field Division, Wifredo A. Ferrer, United States Attorney for the Southern District of Florida, and Michael B. Steinbach, Special Agent in Charge, Federal Bureau of Investigation (FBI), Miami Field Office, announce the guilty plea of Diego Perez Henao, a/k/a "Diego Rastrojo," 42. Perez Henao, a Colombian national and a U.S. Department of the Treasury's Office of Foreign Assets Control (OFAC)-designated Specially Designated Narcotics Trafficker (SDNT), pled guilty today to the one-count indictment charging him with participating in a decades-long conspiracy to manufacture and distribute five or more kilograms of cocaine knowing that the cocaine would be unlawfully imported into the United States. Perez Henao was extradited from Colombia in August 2013 and has been in custody since being captured in Venezuela on June 3, 2012.
At the plea hearing held before U.S. District Judge Patricia A. Seitz, Perez Henao acknowledged that from 1994 until the January 2008 killing of his primary patron, North Valley Cartel head Wilber Varela, Perez Henao participated in the production and/or shipment of at least 81,100 kilograms of cocaine, and then continued the shipment of additional thousands of kilograms of cocaine after Varela's killing. He also acknowledged that his co-conspirators used a variety of modes of transportation, including airplanes, trucks and semi-submersibles, to transport the cocaine to Mexican cartels who ultimately imported the cocaine into the United States. Perez Henao also agreed that he had controlled dozens of heavily-armed workers in his organization and oversaw the large-scale manufacture and distribution of cocaine. Perez Henao, who faces a mandatory minimum sentence of ten years and a maximum sentence of any term of years, is scheduled to be sentenced on June 5, 2014. 
"Diego Perez-Henao, a/k/a Diego Rastrojo, was one of the largest Kingpins to be extradited from Colombia," said DEA Special Agent in Charge Mark R. Trouville. "He was so well known in Colombia, that emerging Bandas Criminales groups adopted the name "Rastrojos" to identify themselves as significant drug trafficking gangs in various regions within Colombia.  With the assistance of our Colombian counterparts, the DEA will continue to seek out, arrest, and extradite leaders of the remaining Rastrojo organizations to face justice."
U.S. Attorney Wifredo A. Ferrer stated, "Diego Perez Henao was the kingpin of a prolific drug cartel responsible for the production and shipment of over 80,000 kilograms of cocaine into the United States. The conviction of Perez Henao concludes one of the most significant chapters in the history of the Colombian drug trade. With the continued collaboration and assistance of our law enforcement partners, here and abroad, we will continue our efforts to bring the most powerful and prolific drug lords to justice."
"The FBI continues to work with our law enforcement partners to bring to justice international narco-traffickers who infiltrate our borders and poison our society with dangerous drugs," said Michael B. Steinbach, Special Agent in Charge, FBI Miami.
The indictment of Perez Henao is the result of an ongoing Organized Crime Drug Enforcement Task Force (OCDETF) led by DEA and FBI. The principal mission of the OCDETF program is to identify, disrupt and dismantle the most serious drug trafficking, weapons trafficking and money laundering organizations, and those primarily responsible for the nation's illegal drug supply.
This investigation was conducted by the DEA, FBI and our Colombian law enforcement partners. The case was being prosecuted by U.S. Attorney's Office for the Southern District of Florida.

http://www.justice.gov/dea/divisions/mia/2014/mia012414b.shtml